Thursday, October 25, 2012

Dardos unem diversão, matemática e sonho de disputar Olimpíadas

Tatuí, no interior de São Paulo, recebe competição que inclui gente que pratica esporte como hobby e até candidatos a profissionais

Por Deise Voigt Tatuí, SP
Diogo Portela - Dardos - Tatuí (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com) 
Diogo Portela sonha em transformar o hobby em
profissão (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)
Diogo Portela quer ser um atleta olímpico. Aos 24 anos, ele se sente preparado para defender o Brasil e conquistar uma medalha, já que, só neste ano, venceu 14 das 17 competições que disputou, entre eles a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Ele também fez bonito na Copa do Caribe, com o segundo lugar e a condição de mais jovem representante.
O que separa essa estrela ascendente dos Jogos Olímpicos não é necessariamente a falta de verba e de apoio, problema enfrentado por milhares de atletas em todos o Brasil. O “problema” de Diogo é seu esporte - que muitos, aliás, nem sequer consideram um esporte, mas um passatempo. Diogo é jogador de dardos.
Sim, dardos, aquela brincadeira que adultos costumam fazer no bar, entre uma golada e outra num copo de cerveja. Para muita gente, não tem nada de brincadeira: é coisa séria, ainda que possa render momentos de diversão e bons amigos. Foi nesse clima que Portela disputou - e venceu, para não perder o costume - o Torneio Open de Tatuí, disputado no último fim de semana, em Tatuí, no interior de São Paulo.
A cidade, conhecida por seu conservatório, virou, nos últimos anos, uma espécie de Meca para quem leva o jogo de dardos a sério. Tudo por causa do neozelandês Nathan Perks, que se mudou para a cidade há quase uma década, depois de uma passagem pela Inglaterra, e, para matar as saudades, resolveu ensinar aos amigos o esporte que, na terra da Rainha Elizabeth, é quase tão popular quanto o futebol.
- Eu adoro todo tipo de esporte, sou muito competitivo. Na Inglaterra, os jogos são realizados em bares e são tão populares que chegam a ser transmitidos ao vivo pela TV. Cada bar tem seu grupo. Aqui, fizemos algumas adequações. Jogamos de forma individual e, claro, a cerveja esquenta muito mais rápido - brnca Perks.
Nathan Perks - organizador dardos - Tatuí (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)Nathan Perks perdeu o posto de campeão, mas ainda se diverte (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)
Ação entre amigos
O “gringo” admite que seus amigos brasileiros foram atraídos pelo alto grau de sociabilização do esporte, tanto que, nos dois primeiros anos, suas competições eram apenas entre o grupo original. Mas as notícias no meio correram e, aos poucos, os campeonatos em Tatuí começaram a atrair outros interessados.
O Open, que reuniu 16 participantes, foi apenas um ensaio para o 7º Campeonato de Dados da cidade, que será disputado em 10 de novembro e deve receber 30 jogadores. Perks, de grande astro, hoje virou apenas um organizador, e admite que é movido pela diversão.
- A qualidade dos atletas têm melhorado e o esporte está crescendo. Fui vice no campeonato passado e, neste aqui, fiquei em quarto... Claro que eu gosto de ganhar, mas, quando perco, pelo menos me diverti.
Robert Shoe - dardos - Tatuí (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com) 
Robert Shoe se diverte e faz contatos profissionais
(Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)
O americano Robert Shoe, que mora em São Bernardo do Campo e foi o vencedor do último campeonato de Tatuí, pratica o esporte há 20 anos e jogou muito na Califórnia, onde há disputas badaladas. Depois de se casar com uma brasileira e se mudar para o país, demorou para encontrar colegas e adversários na região. Ele leva a disputa a sério, tanto que não bebe durante as partidas, mas usa o jogo como meio de fazer amigos e novos contatos profissionais – é tradutor de inglês e francês.
- Eu encaro como algo sério, mas não posso negar que o jogo de dardos já me trouxe contatos profissionais.
Sonho olímpico
Voltemos a Diogo Portela, aquele que sonha com as Olimpíadas. O “dardista” carioca cresceu vendo o pai e o avô portugueses jogarem dardos nos fins de semana, soma conquistas e sonha em se profissionalizar. Mas, enquanto isso não acontece, usa os conhecimentos adquiridos como economista para se dar bem nas provas de pontaria.
- Os dardos exigem muito raciocínio lógico, muita matemática, muita estratégia. Minha profissão ajuda, não posso negar. Mas eu também treino, vejo muitos jogos e leio muito. A Federação Mundial de Dardos quer transformar a prática em esporte olímpico. Isso quase aconteceu em Londres e há possibilidades de que aconteça em 2020. Se acontecer, me vejo com condições de, quem sabe, representar o Brasil nas Olimpíadas.
A WDF, sigla em inglês para a “Fifa dos dardos”, tem 68 países associados, uma estimativa de 250 mil jogadores cadastrados em todo o mundo e até seu próprio “Grand Slam”, com competições na Inglaterra, na Alemanha e na Holanda. A premiação aos vencedores desses torneios pode chegar a R$ 200 mil.
Mas, para se filiar ao Comitê Olímpico Internacional (COI), e poder sonhar com a presença nos Jogos, a WDF precisa estar organizada em 74 países. O Brasil ainda não entrou nessa conta - os cerca de 5 mil praticantes do país estão filiados a federações estaduais e à Federação Brasileira de Dardo (FBD).
Mônica Ribeiro - Dardos Tatuí (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)Campeã da Copa Caribe, Monica também quer ser
profissional (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)
Se o dardo virar esporte olímpico, ele já tem até uma candidata a musa: Monica Ribeiro, 36, campeã da última Copa do Caribe, primeira brasileira a conquistar esse feito, que permanece inédito entre os homens. A consultora de moda conheceu os dardos por acaso num bar do Rio de Janeiro. Depois, começou a namorar um jogador. O namoro acabou, mas a paixão pelos dardos permaneceu.
- Me dedico há nove anos, com alguns intervalos... Mas, a partir dessa competição internacional, a disputa virou coisa séria para mim. Foi muito bacana representar o meu país e chegar aonde nenhum outro brasileiro chegou antes. Treino duas horas por dia, três vezes por semana. Temos, também, os encontros semanais no mesmo bar onde conheci o esporte. Sei que não é o ideal, pois profissionais treinam cinco horas diárias. Dardos só trazem vantagens. Estimulam o raciocínio e têm alto grau de sociabilização – faz propaganda.
Terapia
Diferentemente de Portela e Ribeiro, Maritzia Monteiro e Marcos Bueno encaram os dardos como diversão, uma forma de esvaziar a cabeça dos problemas do dia a dia. Funcionária pública no Rio, Maritzia esteve na Copa do Caribe, mas vê os dardos como a oportunidade de “limpar a mente”.
- Todo dia eu jogo pelo menos meia hora. Às vezes, faço um treinamento. Mas na maioria dos dias, é uma terapia. Como o jogo exige muita concentração, é o momento em que eu me livro dos problemas. Eu recomendo, porque funciona.
Às vezes estou estressado no meu escritório e paro por alguns minutos para relaxar. Dardo alivia a pressão, é um jogo estratégico."
Marcos Bueno, publicitário e jogador
O publicitário Bueno, que se inscreve em todos os campeonatos em Tatuí desde a primeira edição, é apaixonado pelo esporte como forma de aumentar a criatividade.
- Eu jogava dardos desde 2004 com um amigo. Cheguei a construir meu próprio alvo com corda de sisal, a partir de medidas oficiais que imprimi na internet. Quando soube do campeonato em Tatuí, me juntei ao grupo. Cheguei a ser vice-campeão e a disputar o Campeonato Paulista de Dardos por Tatuí. Mas, no fundo, é outra história. Às vezes estou estressado no meu escritório e paro por alguns minutos para relaxar. Dardo alivia a pressão, é um jogo estratégico e que depende só de você, diferente dos esportes de equipe.
Em Tatuí, a disputa foi unificada, sem separação por sexo. Diogo Portela levou o título e a “bolada” de R$ 150, depois de vencer Robert Shoe na decisão – o americano embolsou R$ 80. Monica Ribeiro terminou na terceira colocação e faturou R$ 100, metade pela posição e metade como prêmio extra por ser a mulher melhor colocada.
Para quem quiser se juntar a eles, não é difícil de começar. Para treinar, é preciso adquirir um alvo e um jogo de dardos, que estão disponíveis nas boas lojas de materiais esportivos. O custo, de acordo com os participantes, gira em torno de R$ 400.
- É o mesmo que custaria um bom par de chuteiras para jogar futebol - avisa Diogo Portela. Quem quer arriscar?
Maritzia Monteiro - dardos - Tatuí (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)Maritzia Monteiro usa os dardos para "limpar a mente" (Foto: Deise Voigt/Globoesporte.com)

Thursday, October 18, 2012

Campeões do Brasil vai jogar o 4° Tatuí Open 2012

Diogo e Mônica 
O Clube Dardos Tatuí vai receber alguns dos melhores jogadores de países dardos, em Grando Sports neste sábado dia 20 de Outubro às 13:00.
Jogadores de todo o estado vão competir para se tornar campeão de 2012, que será acompanhado por Copo do Brasil 2012 campeões Diogo Portela, Mônica Ribeiro do Rio de Janeiro.  
Eles vão fazer a longa viagem para Tatuí para mostrar seus talentos. 
Môica também é campeã da Copa do caribe 2012, no indivíduo feminino, e atleta Diogo, vice-campeão masculino.

Retornando para sua terceira vez é atual campeão Tatuí 2012, Rob Shoe (São Bernado do Campos). Ele estará entre os favoritos para ganhar o troféu.
Este deve ser o
grupo de jogadores mais forte  que já competiu em Tatuí e deve fornecer os jogadores locais um bom teste de suas habilidades.